segunda-feira, 14 de junho de 2010

Nascer em Brasília não rende assunto

Hoje fui ao Setor Comercial, participar de uma pesquisa. Acabei conhecendo uma pessoa muito agradável... Que coisa, o mundo tá cheio delas.
Acabei a entrevista, e no elevador pensei que já estava fora da minha rotina mesmo, inclusive geográfica, vou aproveitar para resolver coisas que sempre ficam por último na lista e nunca recebem um ´ok´. Na portaria perguntei pra uma moça que tava sentada lá se tinha restaurante perto. Ela tava com uma cara emburrada, só apontou "Tem aquele, e aquele ali". "Mas você já comeu nesses lugares? A comida é boa?", eu perguntei. Aí ela olhou pra mim sorrindo. "Vai naquele ali, é bem bomzinho". Achei engraçado, hoje não estou com preguiça das pessoas.
Quase passei batido do restaurante, pensando na vida. Servi. Sentei. Comecei a comer. Estava cheio o restaurante. Aproximou um senhor e perguntou "Se incomoda se eu sentar na sua mesa?". "Imagina. Fique à vontade". Não estava com preguiça, mas não não estava eufórica. De repente ele pergunta "Você nasceu aonde?". Achei tão engraçada a pergunta, ninguém pergunta isso. Quer dizer, essa nunca é a primeira pergunta. Respondi com um ar de que era óbvio, e estranho ao mesmo tempo "Aqui em Brasília". Acabou o assunto. É! Acabou, hehe. Achei que se perguntasse onde ele tinha nascido ficaria mais entranho ainda. E ele não falou mais nada. Silêncio completo. Não no restaurante, mas entre nós. Continuei comendo. Insatisfeito ele perguntou "E seus pais, são de onde". "Meu pai do Piauí, e minha mãe do Maranhão". "Maranhão? É mesmo? Eu sou do Maranhão!". Contou triunfante, pois havia encontrado um assunto. Daí começou a contar a história dele... Ouvi atenta, mas um pouco desinteressada. Daí ele pergunta "Você trabalha aqui no Setor comercial?". "Não. Estava apenas em uma reunião". "Ah! Então não mora aqui? Está em algum hotel por aqui?". Mas que coisa! Não posso ter nascido e morar em Brasília? Qual o problema será? "Não. Moro em Brasília mesmo. Trabalho no Gama. Estava apenas em uma reunião". "Já casou?". Hehe... que coisa! "Não. não casei, rs". "Muito jovem ainda, né?" "É. Não pretendo me casar agora". Terminei de comer. Pedi licença. "Mas já? Está cedo". "Preciso ir". "Foi um prazer". "Igualmente".
Levantei, paguei a conta e saí. No caminho de volta fiquei pensando... será que se meus pais fossem de Brasília ele perguntaria de onde eram os meus avós só para encontrar um assunto?

Um comentário:

  1. ao mesmo tempo q tenho preguiça dos outros, eu gosto de ouvir, mas nao demande de mim....eu ficaria horas e horas ouvindo este sujeito na sua tentativa de sedução, eh bom ouvir

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