quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Monólogo


"Nesse quebra cabeça, dessa tal felicidade, parece que falta sempre uma peça".

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Banho de chuva


Hoje resolvi só caminhar. Não estava com vontade de correr, pra num bagunçar ainda mais as idéias. Daí fui só caminhar, pra ver se as colocava no lugar. Ia fazer a volta pequena do parque, mas vi que o céu estava se fechando. Se caminhasse mais poderia correr o risco de pegar um pouco de chuva. Isso mesmo. Não tem gente que anda mais rápido pra não pegar chuva?! Hoje resolvi andar mais pra pegá-la. Daí fiz a volta média. Bingo! Quando os primeiros pingos cairam olhei pra cima. "Obrigada!". Tava precisando sentir isso de novo. Essa sensação de estar fazendo alguma coisa fora de ordem. Sem falar na sensação deliciosa de lembrar dos banhos de chuva da infância. Inexplicável sensação. Muita gente andava na chuva... Será que estavam colocando as idéias em ordem também? Ai... deu até vontade de dançar. Foi bom olhar as pessoas no parque. Tentar imaginar as histórias de vida delas. Casados, solteiros? Trabalha com o quê? Desempregado? Pensando em ter filhos? Saiu de casa porque nao aguenta as crianças? Já foi pro Japão? Nunca saiu de Brasília? Gay, hetero? Muito pelo contrário? Quantas possibilidades. Começou a bater fome. Apertei o passo. Alonguei. Esqueci de levar moedas pro guardador. Não tinha engarrafamento na volta pra casa! Banho, jantar, confissões, e fim.

Gandaia das ondas


"É bonito se ver na beira da praia
A gandaia das ondas que o barco balança
Batendo na areia, molhando os cocares dos coqueiros
Como guerreiros na dança
Oooh, quem não viu vai ver
A onda do mar crescer"

Ah saudade de Recife... Quer será morta, de morte matada (!) na próxima semana!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Dor de cabeça


Desde sempre tenho dor de cabeça. Já na 3ª série: Adê: "Ai que dor de cabeça", Gláucia: "Nossa, mas toda hora você tá com dor de cabeça!". Até achava que ter dor de cabeça era normal. Com 24 anos acordei com uma baita dor de ouvido, insuportável dor de ouvido. Fui ao otorrino. Depois de ser examinada: "Não tem nenhum problema com seu ouvido, você tem é uma disfunção na articulação temporomandibular. Precisa fazer fisioterapia e ir a um ortodontista". Claro que não acreditei. Minha dor era no ouvido!! Nem tomei os remédios que tinha prescrito. Uma semana depois a mesma dor, insuportável! Fui novamente ao otorrino, claro. Após o mesmo exame que o otorrino da semana anterior tinha feito: "Não tem nada no ouvido, seu problema é na articulação temporomandibular". Ah, fala sério... de novo?! Expliquei pra ele o que tinha acontecido na semana anterior e não tinha acreditado, e continuava sem acreditar. Minha dor era no ouvido! "Então tá. Senta alí na maca". Comecei a ficar com medo. Ele começou a colocar uma luva. Aí fiquei com medo mesmo. "Abre a boca". Abri e senti umas das maiores dores da minha vida. "Tá vendo? É na sua articulação temporomandibular. Precisa fazer fisioterapia e ir à um ortodontista". Ele tinha apertado bem na articulação. Beleza, me convenceu. Fui ao ortodontista. "Não há desgaste nos seus dentes, significa que você não range, mas aperta muito os dentes dormindo´. Suas dores de cabeça podem ser por causa disso". "Tá, e o que eu faço?" "Tenta relaxar mais. Viage, vá à praia, divirta-se, seja uma pessoa mais tranquila". Nooossaaa... Não tinha uma tarefa mais simples? Ser mais tranquila?! Nunca soube o que era isso. Nunca soube o que era não levar as coisas muito a sério. Nunca assisti um noticiário sem ficar pensando nos absurdos que acontecem no mundo, e nos absurdos dos comentários dos jornalistas. Nunca consegui chegar em casa e não reclamar de nada. Nunca consegui receber uma ordem sem reclamar. Nunca consegui passar pelo mundo, ver alguma coisa errada e não resmungar. E agora meu tratamento era ser uma pessoa mais tranquila. Ok, vamos lá. Ainda não consegui fazer muitos progressos em relação a isso, mas a tomada de consciência já foi uma coisa maravilhosa. A meditação tem ajudado muito também, mas frequentemente me pego irritada no transito, reclamando de coisas que eu poderia simplesmente ficar calada. O exercício de ficar calada nem é o mais difícil. Mais difícil mesmo é não sofrer. Esse é um exercício que não tô nem perto de conseguir fazer. Mas um dente trincado e a possibilidade de perder todos eles tem sido um grande estímulo para começar a observar o mundo de outra forma. I don´t need try to fix everything. Hoje tenho como companhia noturna uma placa de acrílico pra evitar travar a mandíbula enquanto durmo. Sempre que durmo sem ela sinto dor de cabeça. Ontem foi um dia de muita dor de cabeça...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Respirar


Ow, já percebeu como é difícil respirar?! Não respirar só pra sobreviver, mas respirar de verdade, com consciência. Nossa! Chega cansa!

Tenta aí: senta de forma confortável, estique a coluna, inspire devagar e profundamente de modo que o abdomen se expanda. Quando não aguentar mais deixe o ar sair, esvaziando a barriga... Caracas! Dá tontura, dor de cabeça, náusea. Agora tentar fazer isso toda hora, no telefone, dirigindo, trabalhando. Quando descobri que respirar de verdade faz diferença pra vida e pra saúde, não acreditei! Como assim ninguém explica isso pra gente desde criança? Aí lembrei que na 4ª série tinha uma professora de matemática que dava aula segunda, quarta e sexta no primeiro horário, de manhã. Sempre antes de começar a aula ela apagava a luz da sala e conduzia exercícios de relaxamento, com uma turma de crianças, hehe! E era ótimo, até os mais bagunceiros esqueciam de bagunçar. E aí a gente simplesmente respirava e fazia diferença? Pois é. Mas aí acabou a 4ª série e acho que ninguém mais sabia que era importante respirar. Lembro também de uma vez uma nutricionista dizendo que como o oxigênio é essencial pra tudo que o organismo faz, naturalmente uma respiração adequada promove um funcionamento mais adequado. Caramba! Então além de fazer atividade física, se alimentar de forma adequada, ter atividades de lazer, cuidar da saúde espiritual, da vida amorosa, familiar, ainda temos que respirar direito?! É, acho que essa não é a parte mais difícil! Então vamos lá: inspirando... expirando...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009



Ao nascer, o Homem é suave e flexível. Na sua morte, é duro e rígido. Plantas verdes são tenras e úmidas. Na sua morte, são murchas e secas. Um arco rígido não vence o combate. Uma árvore que não se curva, quebra. O duro e o rígido tombarão. O suave e o flexível sobreviverão (Lao Zi, Dao De Jing, verso 76).

Adoro chuva!


Adoro chuva! O cheiro, o som, o desenho que faz quando a gente olha pra frente.
Não me importo em molhar os pés. Não me importo em acordar com chuva.
Chuva sempre me faz lembrar de coisas boas. Acho que porque muitas coisas boas aconteceram no período de chuvas. Não me lembro exatamente quais, mass sempre que chove me sinto um tiquinho mais feliz.
Chuva lava e dá vida.
Limpa e renova!
Adoro chegar nos lugares enquanto chove. Abrir guarda-chuva tentando não se molhar, e nunca conseguir. Fechar guarda-chuva tentando não se molhar... e também não conseguir. Se sacodir um pouco, secar os pés na porta, caminhar se abraçando, mesmo que não esteja frio. E comentar com todo mundo: "Que delícia essa chuva, né?!"